As Cores das Beiras
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Berlengas

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Mensagem por Admin Sex Nov 09, 2007 4:52 am

O Arquipélago das Berlengas é composto por três grupos de ilhéus:
Berlenga Grande e recifes adjacentes, as Estelas e os Farilhões.

A ilha principal tem cerca de 1500 metros de comprimento por 800 metros de largura.

Quanto à presença humana pensa-se que já os Fenícios e os Lusitanos conheciam o arquipélago e o utilizavam como porto de abrigo, mas os estígios mais antigos remontam à ocupação romana, constituindo na sua aioria restos de ânforas, datadas do séc. I ao Séc. V.

As ruínas do Mosteiro da Misericórdia e a Fortaleza de S. João Baptista são de tempos mais recentes, séc. XVI.

No terraço do Forte ainda se pode ver uma peça de artilharia, o que leva a crer ter sido este um ponto estratégico de defesa.

O farol, ponto de referência na ilha, não só para a navegação mas também para quem a visita, começou por constar do alvará pombalino de 1 de Fevereiro de 1758, que o mandava edificar.

A construção deste farol viria a ser adiada, de tal maneira que uma portaria do Ministério da Fazenda de 1836, determinaria mais uma vez que ele fosse edificado, juntamente com alguns outros, encarregando o engenheiro Gaudêncio Fontana dessas construções e da melhoria dos faróis então existentes.

Acabado de construir em 1841, o farol era constituído por uma torre quadrangular de alvenaria e cunhais de cantaria, com varanda na parte superior. Quanto ás residências anexas, foram sendo sucessivamente edificadas em datas posteriores, de 1851 a 1860.

O farol entrou em funcionamento em 1842. Instalado numa torre com 29 metros de altura, o equipamento era constituído por um aparelho catóptrico, composto de dezasseis candeeiros de Argand, funcionando a azeite e com reflectores parabólicos, dando luz branca, eclipses de 3 em 3 minutos e relâmpagos de 10 segundos. Já tinha movimento de rotação activado por um mecanismo de relojoaria.

Através de documentos da época, constata-se que a luz deste farol de
pouco ou nada servia a navegação... “pois só de 3 em 3 minutos se mostra um clarão que não vai além dos 8 segundos, confundindo-se com qualquer outra luz de terra ou do mar”.

Em 1883 com a aprovação do Plano Geral de Alumiamento e Balizagem das Costas de Portugal e Ilhas Adjacentes, foi proposto para este farol a substituição do aparelho catóptrico.

O antigo aparelho veio a ser substituído finalmente em 1897, adoptando-se um aparelho hiper-radiante (1330 mm de distância focal), efectuando uma rotação completa em 30 segundos, apresentando neste espaço de tempo um grupo de três relâmpagos.
A fonte luminosa passou entretanto a ser a incandescência pelo vapor de petróleo, produzindo-se a rotação da óptica através de uma máquina de relojoaria.

Em 1924 foi instalada uma sereia de ar comprimido, accionada por motores a petróleo.

O farol foi electrificado através de motores geradores em 1926, substituindo-se a antiga fonte luminosa a vapor de petróleo por uma lâmpada, cuja intensidade luminosa era da ordem das 20.000 velas, garantindo um alcance luminoso de 36 milhas.

O sinal sonoro foi substituído em 1936 por um grupo de duas trompas
electrodinâmicas e em 1985 por um nautofone.

Em 1941 foi montado um radiofarol que seria desactivado em 2001 por ter deixado de ter interesse para a navegação.

Em 1975 os familiares do pessoal faroleiro que até esta data habitavam na ilha, deixaram de o fazer, passando a ficar instalados em casas junto ao farol do Cabo Carvoeiro.

Durante o Inverno, os pescadores, os faroleiros e os vigilantes da
natureza são as únicas pessoas que permanecem na ilha.



As actividades ligadas ao turismo com os excessos daí decorrentes, começaram a pôr em causa a beleza natural da ilha, daí a necessidade de solicitar o Estatuto de Reserva Natural, concedido em 1983 e que tem ajudado a preservar todo o ecossistema insular.

Em 1985, data em que o transporte dos materiais deixou de ser feito pelo tradicional burro, passando a utilizar-se um pequeno tractor, o farol foi automatizado. Foi então desmontado o aparelho óptico hiper-radiante, instalando-se em seu lugar um moderno pedestal rotativo de ópticas seladas, PRB 21.

O farol e residências passaram a funcionar a energia solar a partir de 2000. Foi montado um moderno farol rotativo de alto rendimento, com um alcance luminoso estimado de 20 milhas náuticas e a instalação de equipamentos de baixo consumo nas residências.

O Prémio Defesa Nacional e Ambiente, que tem como objectivo incentivar as boas práticas ambientais nas Forças Armadas Portuguesas, foi atribuído à Direcção de Faróis em 2001, pela candidatura apresentada pela Marinha portuguesa, “Energia Solar no Farol das Berlengas”.
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Fonte: www.marinha.pt
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