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Navegar na web em Portugal é perigoso!

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humm Navegar na web em Portugal é perigoso!

Mensagem por Admin Ter Jul 29, 2008 4:29 am

Navegar na Internet em Portugal é perigoso”. Esta é a conclusão de uma investigação conjunta do Instituto Pedro Nunes (IPN) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Os resultados do rastreio completo que foi feito à Internet portuguesa apontam para que pelo menos um em cada cinco computadores esteja vulnerável a ataques.

A rede nacional não está sequer protegida da Russian Business Network (RBN), uma das mais perigosas organizações de crime cibernético do mundo. Portugal corre, assim, o risco de, tal como a Estónia, ver os seus websites públicos e privados serem “atacados” pela RBN. No caso da Estónia, toda a infra-estrutura de Internet do país foi danificada.

NONIUS é o nome do sistema informático que foi desenvolvido, ao longo dos últimos dois anos, pela equipa de investigadores de Coimbra e que permite avaliar a segurança da Internet portuguesa. Francisco Rente, coordenador da equipa que desenvolveu o projecto, explicou ao Ciência Hoje que “o sistema permite percorrer toda a Internet portuguesa, detectando um conjunto de vulnerabilidades técnicas e a presença de software malicioso”.

O investigador conta que “foram varridos os 3,6 milhões de endereços electrónicos existentes em Portugal e, em simultâneo, 11 mil domínios" (representantes de uma organização do primeiro nível de hierarquia 'pt'), tendo sido detectadas 30 mil vulnerabilidades de 17 tipos distintos. “É como se o NONIUS tivesse ido casa a casa, feito um conjunto de perguntas e elaborado os resultados a partir das respostas dadas”, revela Francisco Rente.

Nível de segurança perigoso

O principal resultado produzido pelo NONIUS é o Nível de Segurança da Internet Portuguesa (NSIP). Numa escala quantitativa de zero a dez, o NSIP actual, a nível nacional, é de 2,1. Este valor corresponde ao grau perigoso, o segundo nível numa escala qualitativa de quatro graus (aceitável, perigoso, muito perigoso e caótico). Francisco Rente explica que estes resultados significam que, no mínimo, "um em cada cinco e, no máximo, um em cada dois computadores da Internet portuguesa está vulnerável a softwares nocivos e a outros tipos de ataques informáticos”.

Quando questionado sobre a segurança ao nível dos computadores do Estado em particular, Francisco Rente afirma que “o NSIP é aceitável, significando isso que apenas um em cada cinco computadores do Estado está vulnerável a ataques informáticos”.

Em relação à legalidade da operação de varrimento dos websites públicos e privados, o cientista afirma que se trata de informação pública. “Mesmo assim, foram consultados os juristas do IPN e a fiabilidade dos testes foi validada por matemáticos da FCTUC”, assegura.

Como navegar em segurança

Segundo Francisco Rente, “o principal objectivo do NONIUS é a consciencialização nacional para a problemática gerada à volta da segurança da informação”. Actualmente, existe um desconhecimento geral em relação à importância da protecção de dados digitais e à facilidade e proliferação dos ataques informáticos contemporâneos.

“Combater a vulnerabilidade dos computadores em Portugal passa”, segundo Francisco Rente, “por uma utilização da Internet baseada no bom-senso”. Os cibernautas devem adquirir hábitos saudáveis e preventivos de possíveis problemas que possam surgir. Francisco Rente aconselha a adopção de determinadas precauções: “Não abrir e-mails de desconhecidos, que podem conter um código malicioso, ter cuidado com o software instalado, não consultar sites considerados não fidedignos, ter um antivírus instalado e actualizado”.

Em declarações à LUSA, Francisco Rente tinha abordado a questão da falta de informação sobre o perigo de uma utilização descuidada da Internet. “Hoje há falta de informação e reina a atitude ‘não tenho nada interessante no computador para que seja roubado”, disse o investigador. Francisco Rente alertou que “o objectivo de muita da actividade criminosa não é roubar os dados que os computadores possuem, mas utilizá-los [aos aparelhos] para outros ataques, podendo o proprietário do computador vir a ser acusado de crimes informáticos e que não cometeu”.

O NONIUS verifica se o disco do computador está totalmente partilhado para a Internet ou se o que é partilhado é apenas um segmento. Francisco Rente explica que “os próprios vírus accionam essa partilha, sem que o utilizador se dê conta”, aconselhando a instalação de software de protecção adequado, que se encontra à venda no mercado ou que pode até ser descarregado gratuitamente da Internet.

Investigadores precisam de apoio financeiro

Tendo em consideração a inovação que o NONIUS representa a nível mundial, a equipa liderada por Francisco Rente espera conseguir, facilmente, os apoios financeiros de que necessita para dar continuidade ao projecto. “Resultados mais precisos serão apresentados no desenvolvimento da investigação”, revelou o investigador.

Entretanto, a equipa avançou já para a produção de relatórios detalhados sobre a situação das organizações que os solicitem.

Os rastreios à rede nacional serão feitos de quatro em quatro meses, sendo que o próximo está previsto para Novembro deste ano.


fonte: http://www.cienciahoje.pt/
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