Cavaco Silva está preocupado com o despovoamento do Distrito

O Presidente da República admitiu em Gouveia, onde terminou uma visita oficial de dois dias ao nosso Distrito, estar preocupado com o problema de despovoamento que afecta a região e que atribui à falta de iniciativa empresarial.

Para Cavaco Silva, o problema da «falta de gente» está «na escassez de iniciativa empresarial» registada nesta zona do interior do País. «Enquanto não surgirem empresas no interior do País, enquanto não surgirem investimentos, será muito difícil reter os jovens e criar empregos», afirmou o Chefe de Estado aos jornalistas, no final da deslocação.
Admitiu que «há algumas indicações positivas», como acontece com a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda e iniciativas empresariais em Seia, «mas existe outra potencialidade não bem explorada, que é o turismo». Com efeito, o Presidente da República considera que nesta região o turismo «pode ser, de facto, uma fonte de criação de riqueza e de emprego», destacando o exemplo de Gouveia, onde, afirmou, «está a fazer-se uma aposta cultural que pode contribuir para a atracção de mais visitantes», referindo-se certamente ao primeiro Museu da Miniatura Automóvel do País, que inaugurou naquela cidade, e ao Museu dedicado ao pintor Abel Manta, que também ali visitou.
Cavaco Silva disse ter esperança de que a actual situação de despovoamento possa ser invertida com a criação de empregos na área do turismo, com o aproveitamento dos produtos locais e com a aplicação dos incentivos fiscais para as empresas anunciados recentemente pelo Governo. Por outro lado, admitiu ter ouvido «algumas palavras de desânimo de alguns autarcas», pois «pedem mais acção da parte do Estado» para promover o desenvolvimento dos respectivos municípios. «Já não é o problema das estradas, é mais incentivos à formação dos jovens, das crianças, ao aumento da taxa de natalidade, e, repito, apoios para que as empresas se instalem no Distrito da Guarda e olhem para a fronteira não como um obstáculo mas como uma oportunidade de penetração na Europa». E rematou voltando a expressar a sua preocupação com o decréscimo da natalidade em Portugal. «Eu não acredito que tenha desaparecido dos portugueses o entusiasmo de trazer vidas novas ao mundo», declarou.

Fonte: Porta da Estrela

ora o sr PR, já devia saber o que é preciso fazer para que nasçam mais crianças, e tb ele como PR tinha que dar o exemplo e ter posto uma catrefada de filhos.

Ora o entusiasmo, pelo menos eu falo por mim, não desapareceu, o problema é tirar a tempo, antes que venha para aí mais um para a miséria, lol

Isto porque maioria da população ainda não se apercebeu que a qualidade de vida, encontra-se no interior. É verdade que se tem menor poder de compra, mas em contra partida tem se outras mais valias que valem muito mais que simples questões monetárias.
Actualmente, verifica-se uma tendência inversa que é a da população que reside no litoral, procura agora uma "nova vida" no interior pelo facto, de constatarem é longe dos grandes tecidos urbanos que se consegue ter realmente qualidade de vida.
Não basta apenas a população "voltar" ao interior, é necessário que o Governo dê o exemplo ao não fechar serviços essenciais, como saúde, educação e segurança. É óbvio que, não havendo os serviços essenciais é normal que a pouca população activa residente se queira deslocar para um local onde encontre melhores condições de vida e onde tabém se constate que naquele "local" existe uma variada e boa pretação de serviços básicos que permitam que se tenha uma vida estável para poder constituir uma família.Era necessário que o Governo deixasse de ser egocêntrico e pensasse no país como um todo e não como sendo apenas a área metropolitana de Lisboa e Porto.
Em suma, o despovoamento não é apenas consequência do envelhecimento a população, mas passa também, pelo somatório de varias variáveis económicas, físicas e sociais.

Claudia, EXCELENTE dissertação!

Esta atitude é necessária e comungamos da mesma opinião; é de lamentar é a falta de sensibilidade das Instituições e Entidades para estas questões.